segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Luciano Maia (Produtor musical, arranjador, instrumentista, compositor e intérprete)

por Leonardo Gadea – 13/11/2010 – Bastidores da 18ª Tertúlia da Canção Nativa.

Entrevista concebida exclusivamente para www.pulperia.blogger.com.br

Quanto tempo de trabalho? Nos fala da tua trajetória...

Eu comecei a tocar com 9 anos de idade, mas geralmente a gente conta o tempo de carreira a partir dos discos, e o primeiro disco que gravei eu tinha 16 anos. Antes disso eu morava em Pelotas (minha terra natal onde comecei a tocar dentro das entidades tradicionalistas, CTGs e tal...) daí fui morar em Porto Alegre; com 14 anos de idade (1994) comecei a freqüentar os festivais nativistas a convite do Joca Martins e Fabiano Bacchieri, com 16 anos gravei pela primeira vez com o Grupo Quero-Quero e dalí adiante fui trilhando meu caminho, saí do Quero-Quero em 1998, voltei pra Pelotas e lá comecei a projetar meu primeiro disco que lancei em 2008 (mas foi gravado um pouquinho antes) e fazia parcerias, trabalhava com vários músicos que na época tavam passando por Pelotas, pois lá tava fervendo muito essa coisa do nativismo, moravam por lá na época o Jari Terres, Luiz Marenco, Joca Martins, Fabiano Bacchieri, Cristiano Quevedo, enfim um monte de gente que acabava gerando muito trabalho e foi onde eu me inseri no meio dos festivais e comecei a carreira nos festivais como instrumentista, como arranjador e comecei a gravar meus discos, então hoje tenho 5 discos gravados, 4 instrumentais e esse 5º agora, que é cantando (eu digo cantando porque intérprete foi uma coisa que aconteceu agora a pouco com os festivais (risos), então esse disco é metade instrumental e metade cantado onde eu mostro composições minhas em parceria com Aléx Silveira, Anomar Danúbio Vieira, Gujo Teixeira , Gaspar Machado que foi uma pessoa importante nessa decisão de eu começar a cantar, foi quem me incentivou de vez mesmo porque mostrei uma composição pra ele, quando ele tava no hospital meio ruin de saúde e eu não tinha quem gravasse uma música que fiz em parceria com ele e acabei gravando na minha voz e ele gostou muito, daí colocou uma pilha pra que eu mesmo cantasse. A partir daí começou essa idéia de começar uma carreira pelos festivais, no meio regional cantando...

- (interrompo ele pra dizer que, pelo que temos visto tem sido bem sucedida) ele diz graças a DEUS tem dado certo mesmo, tenho conquistado novos parceiros como o Zeca Alves, por exemplo que tem nos dado a parceria pra gente começar a fazer coisas juntos, tenho uma parceria com ele que se chama “Talareando”, a qual vamos apresentar no Musicanto, tem outra pronta que ele nem ouviu ainda.

Comecei a carreira nos festivais como intérprete a partir de março/abril desse ano, então é uma coisa bem recente, este, acho que é o sétimo ou oitavo festival que canto, geralmente coisas minhas, em setembro em Alegrete cantei uma composição do Juliano Gomes e Eduardo Soares onde tiramos segundo lugar, então tenho tido uma história bonita porque ganhei o festival de Caxias, esse segundo em Alegrete, ganhei o festival de São Gabriel, a gente ta hoje aqui na volta da Tertúlia que é um festival importante, de onde saíram grandes intérpretes , grandes sucessos da nossa música, então cantar na Tertúlia é muito importante porque a região de Santa Maria é uma das grandes regiões do nosso estado e estar aqui na Tertúlia nada melhor pra divulgarmos nosso trabalho, nosso nome e nossas composições; Paralelo com isso continuo tocando minha carrreira instrumental, até foi uma correria pra chegar aqui em Santa Maria no sábado eu fiz questão de estar aqui cantando, até convidei o Gustavo Teixeira pra cantar comigo porque eu estava com medo de não chegar a tempo porque eu estava em Juazeiro na Bahia e o vôo chegava em Porto Alegre as 15:00h então eu tava meio assustado, mas fiz questão de tá aqui. E tava lá em Juazeiro – BA defendendo meu outro lado como instrumentista e minha carreira instrumental, fui participar de um festival internacional de sanfona (como eles chamam lá) a convite do Renato Borghetti, onde dividimos o palco com Dominguinhos, Valdones, Targino Gondim que é outro importante músico brasileiro, estavam lá também Mirco Patarini (presidente da Scandalli, talvez a melhor a fábrica de acordeon do mundo), Frank Marocco (Acordeonista Americano) e como já citei o Dominguinhos que hoje em dia é a nossa figura mais ilustre tocando acordeon e cantando.

Então Gadea é isso aí vim de lá, estamos aqui participando do festival, trabalhando, é isso aí, a história tem andado por esse lado, to projetando um disco pro ano que vem, to classificado no Musicanto, na Califórnia. Estou trilhando essa carreira dos festivais porque acho importante pra gente ganhar experiência, pra construir um repertório, fazer com que o nome da gente se divulgue, afinal de contas o que estamos fazendo nesse momento é uma entrevista e isso vai fazer com que mais pessoas conheçam e tenham acesso ao meu trabalho.

Planos pro ano que vem?

Pro ano que vem estou projetando 3 discos, não sei se vou conseguir lançar todos mas pretendo gravá-los, gravo um meu cantando, outro em parceria com o Gujo Teixeira (que estamos vendo a possibilidade de lançarmos ano que vem ou não), e um instrumental, porque tem essa demanda ainda no mercado internacional esse ano fui à Europa (Londres na Inglaterra). Então preparo esses 2 discos e o instrumental pra termos duas linhas de trabalho o campo instrumental e o meio regional aqui no Rio Grande do Sul e além disso tenho tido a idéia de que o meu trabalho seja cada vez mais brasileiro também, então buscar novos parceiros fora daqui pra gente poder divulgar...mais oue menos isso aí...

Qual estilo musical tu apresenta nesses shows fora do Rio grande do Sul e do exterior?

Eu apresento a mesma coisa que a gente toca em um festival ou show aqui no Rio Grande do Sul, apresento composições minhas, chamamé, milonga, polca, o mesmo foco de trabalho, porque acho que a gente não pode ter duas caras né, pelo menos é o que acho pro meu trabalho, creio que o público acredita na gente quando a gente fala a verdade, embora eu tenha um campo muito vasto de trabalho, porque sou produtor musical, músico de estúdio, arranjador, enfim, agora virei intérprete, mas o meu trabalho sempre é direcionado as coisas do Rio Grande do Sul, aos ritmos gaúchos e as minhas composições, ou seja, o que estão nos meus discos. Agora faço um concerto com a orquestra da Fundarte tocando Piazzolla dia 20 da semana que vem em Panambi, (é uma outra linha que agora está se abrindo) mas sempre de bota, de bombacha, de boina com a verdade da gente, porque eu só tenho essa maneira aí...(risos).

Como é a receptividade das pessoas com a música regional gaúcha no Exterior e em outras regiões do Brasil?

No exterior eles são muito receptivos, na Europa principalmente que é um público que tem acesso a todas as culturas, enfim, é um público muito preparado, educado. No Brasil tocamos agora em Juazeiro na Bahia e o público também educadíssimo eram umas 10 mil pessoas mais ou menos e foi maravilhoso (tocamos um show instrumental eu e o Renato Borghetti). Em Londres a receptividade do meu trabalho deu super certo; eu tenho uma linguagem jazzística também porque estudei isso, então eu vou tocar uma milonga um chamamé, mas como vamos tocar pra um pessoal que tem uma informação um pouco diferenciada que não é só as coisas do Rio Grande do Sul a gente utiliza de artifícios como o improviso principalmente, mas o pessoal aceita muito bem, eu não tenho nada a reclamar, nem em outros lugares do país, nem fora do país (minha experiência não é muito grande ainda fora do país),mas onde tenho tocado tem dado muito certo, e é isso aí...se virando!!!

O que tens a dizer sobre o Pulperia.blogger?

Tenho a dizer que o Pulperia é um meio de comunicação importantíssimo, inclusive eu acesso, se não todos os dias a cada dois três dias a gente olha pra saber as notícias dos colegas, saber o que está acontecendo no nativismo, afinal de contas é o nosso mundo aqui no Rio Grande do Sul, então parabenizo o trabalho deles, porque realmente é um meio de informação muito importante, pode ter certeza que 90% dos músicos estão ligados no Pulperia, porque é onde a gente descobre o que está acontecendo no nosso meio regional, cada vez mais os espaços grandes dificultam nosso acesso, mas acho que a gente tem que tentar buscar espaço através de sites, blogs, enfim todo e qualquer espaço que venham à somar pra nossa cultura regional, pra gente é muito bom.

Uma frase pra finalizar...

Não sou muito de frases prontas assim Gadea, mas gosto de uma palavra que norteia minha história, que é SIMPLICIDADE, acho que sempre que se trabalha com simplicidade e fala a verdade, a gente é bem aceito, nunca me enganei (nunca perdi como diz o Pirisca), nunca perdi, quando agi dessa forma, então acho que ter simplicidade na vida e tocar a verdade da gente, é o que podemos fazer de melhor, afinal de contas, fizemos música e se fosse fazer só pra nós, fazia dentro de um quarto ou estúdio, mas não é, o nosso objetivo e tocar o coração das pessoas e acho que a SIMPLICIDADE é o que nos dá esse poder.

2 comentários:

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  2. Bom dia primeira mente te desejo um feliz natal e um prospero ano novo todo de bom pra vc que Deus ilumine seu caminho neste ano q se inicia .
    bem venho hj aqui te parabenizar tato a ti como andre de oliveira pela musica do vestival 17 estancia da cancao em sao gabriel tanto a letra como a melodia sao lindas nao sou o maior tradisonalista do nosso rio grande mas adimiro muito quem da valor a nossa musica de raiz tradicionalista mesmo parabens a vc e que vc continue nesse caminho sabemos que é muito dificil o sucesso mas vc esta no caminho certo parabens ...se vc puder manda a letra da musica pra mim ( meu chasque nao tem floreio) gosto muito desta cancao todos os dias eu a escuto no youtub ficaria muito grato ( oli.daniel@hotmail.com ) desde ja agradeso atensiosamente daniel oliveira um enorme abraco para o amigo

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